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sábado, 2 de abril de 2011

Bromélias - verdades, preconceitos e curiosidades:


As bromélias são parasitas. Puro preconceito. As bromélias que se apóiam nos troncos ou galhos de árvores são chamadas "epífitas", pois não retiram nutrientes dos outros vegetais, apenas usam-nos como suporte. O mesmo preconceito perseguiu as orquídeas (outro exemplo de epífitas) por longo tempo até que se provou o contrário. Existem também as bromélias "rupestres" (que se fixam sobre pedras, como a Alcantarea imperialis e a Alcantarea edmundoi , entre outras) e as "terrestres" (que se fixam sobre o solo). Algumas espécies são capazes de viver penduradas em árvores e até nos fios da rede elétrica; outras são tão versáteis que podem sobreviver tanto no chão da floresta como na copa das árvores (como a Vriesia hieroglyphica).
Se plantarmos bromélias no jardim de uma casa vamos atrair cobras, sapos e pernilongos.
Não é bem assim. O embricamento formado entre as folhas de alguns tipos de bromélias cria uma espécie de "copo" que serve como depósito de água. Na natureza, esta água parada realmente atrai insetos que, por sua vez, atraem sapos e, seguindo a ordem natural das coisas, acabam atraindo cobras. Só que isso só pode ocorrer nas matas ou num jardim completamente abandonado. Esta capacidade de manter a natureza em equilíbrio é que confere às bromélias tamanha importância ecológica. Para que cobras, sapos e outros bichos se sintam à vontade num jardim residencial é preciso reproduzir boa parte do ambiente natural de uma mata. Além disso, num jardim bem cuidado, não é difícil manter os "copos" livres da água parada. Algumas bromélias são comestíveis. Verdade. O membro mais ilustre da famílias das bromélias é realmente comestível, trata-se do famoso "abacaxi" (Ananas comosus), que foi levado para a Europa há mais de 300 anos e tornou-se um verdadeiro sucesso. Outra bromélia também famosa, conhecida popularmente como "gravatá", é a Bromelia antiacantha, usada como planta medicinal para tratar tosse e bronquite.
A coleta de bromélias nas matas pode levá-las à extinção. Infelizmente isso já está acontecendo. A Vriesia hieroglyphica, por exemplo, vem sendo extraída da Mata Atlântica para ser vendida como planta ornamental. Mesmo quando não está florida, ela é de notável beleza, por seu porte majestoso e suas folhas com desenhos que parecem hieroglifos. Em razão da atividade extrativista, esta espécie encontra-se ameaçada de extinção.
Algumas bromélias podem viver até sem as raízes. Verdade. As bromélias são realmente muito eficientes no aproveitamento de água e nutrientes. A Alcantarea imperialis é um bom exemplo de eficiência. Rupestre, ela se fixa nas pedras e rochas, enquanto o vento se encarrega de transportar e despejar nutrientes dentro do seu "copo" ou tanque. Estruturas presentes nas folhas - os tricomas foliares - são especializadas em absorver a água (da chuva) e os nutrientes, garantindo a sobrevivência da planta. Assim, mesmo com as raízes cortadas, esta bromélia é capaz de continuar viva e logo produz novas raízes para sua fixação e sustentação.

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