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quarta-feira, 20 de abril de 2011

acácia : planta preferida da girafa

Acácia é o nome genérico de várias plantas da subfamília das Leguminosas-Mimosoídeas, ou das Mimosáceas (Family: Mimosaceae = Leguminosae). As espécies do gênero Acacia spp., em forma de árvore ou arbusto, são as mais abundantes e típicas das Savanas no Continente Africano.
Existem cerca de 1.200 espécies de acácias que se distinguem por sua copa plana, seus duríssimos espinhos, suas folhas compostas, suas flores de agrupação cilíndrica e seu fruto em forma de legume. É rica em tanino que se utiliza na elaboração de tintas e produtos farmacêuticos.
As acácias que vivem cerca de 40 anos, aproximadamente, costumam ser atacadas por diferentes tipos de animais... Para não ser totalmente devorada por seus predadores a acácia tem de fazer uso de armas que foram desenvolvidas durante a evolução da espécie... Seus espinhos constituem na primeira dessas “armas”.
Acontece que a girafa tem a língua extremamente resistente e um palato blindado que lhe permite devorar até alguns espinhos junto com as folhas... Como as paredes de seu estômago e intestinos são reforçadas, é possível que espinhos passem por todo o seu trato digestivo sem ferir a girafa...
Isso, leva as acácias a fazer uso de uma segunda arma desenvolvida ao longo da corrida armamentista evolucionária: elas começam a aumentar a quantidade de tanino em suas folhas. Como se trata de um veneno tóxico para os devoradores de acácia, isso leva aos animais procurarem outras árvores para se alimentar...
Entretanto, o alarme químico que eleva a concentração de tanino se propaga pelo vento. Então, as árvores vizinhas também elevam o tanino antes que os pastadores cheguem, e os animais procuram árvores bem mais distantes ainda...
Tudo isso leva a um equilíbrio natural entre predadores e presa que permite esta última a poder se recuperar.
Porém as girafas deselvolveram ao longo da evolução formas de enfrentar tudo isso. Com sua baba, elas eliminam o excesso de tanino para não absorvê-lo e o tanino que chega ao estômago é neutralizado por um potente suco gástrico e depois um suco entérico também eficiente.
Diante dessa história, as acácias têm que lançar mão de um último artifício desenvolvido ao longo da guerra evolucionária. Em muitos de seus galhos formam-se protuberâncias que servem de abrigo a minúsculos aliados: formigas!
Estes pequenos insetos imediatamente correm para defender a árvore que lhe serve de morada para não ser toda devorada.
A girafa é capaz de evitar que as formigas firam seus olhos graças aos cílios com mais de 5 centímetros de comprimento e, com sua língua de mais de 40 cm, ela é capaz de retirar formigas que ataquem suas narinas ou orelhas.
Por fim, as formigas se mantém incessantes ao ataque, picando impiedosamente, o que leva a girafa a desistir de comer naquela árvore. Assim, tanto a girafa como outros pastadores vão procurar novas árvores.
Mas nesta guerra, felizmente não há vencedores ou vencidos, pois os devoradores de acácia no final de tudo conseguem se alimentar e as acácias têm suas sementes por eles levados a novos lugares para germinarem, porque tais sementes passam incólumes por seu trato digestivo.
Os dik dik e os impalas dispersarão estas sementes a menos de 1 quilômetro da árvore-mãe. Os gerenuks chegam a dispersá-las a cerca de 2 a 3 km de distância. Mas as girafas dispersam as sementes da acácia até 20 quilômetros da árvore-mãe. Assim tanto predadores como presas mantém um equilíbrio constante...
Acácia-negra (Acacia mearnsii), espécie originária do sul da Austrália e Tasmânia. Aqui no Brasil ela é plantada no sul do país e a casca, por conter alto teor de tanino (classe de substâncias adstringentes encontradas em certos vegetais, que dão coloração azul com sais de ferro, usadas no curtimento de couros e também como mordentes), é o produto de interesse dessa árvore.

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